Estes lindos desenhos com esferográfica e colagens costuradas de paisagens imaginárias criam uma sensação de escala realmente estimulante. A justaposição de vistas longínquas com flora e fauna ampliadas evoca uma sensação de romance histórico e exploração intrépida…criando impressões de um mundo natural esquecido, exuberante e fértil, suspenso no tempo entre as páginas de um meticuloso diário de viagem. Por sua concepção, as imagens seriam ótimas para uma suntuosa cenografia de ópera, onde poderiam entrar livremente em jogo a narrativa, a ação, o som e o comentário. Os desenhos e colagens revelam uma Natureza sem amarras em toda sua maravilha. Vemos as cenas ganharem vida imediata com a surpresa de uma mulher em miniatura — a artista — que investiga e explora uma floresta virgem. Chapéu de sol como enfeite, às vezes descalça e com uma lupa na mão, ela parece ter vindo através de um portal do tempo. Esta sedutora personagem tem tudo de ágil e prazeroso ao escalar, andar na ponta dos pés e vagar por esta paisagem com entusiasmo. Sentimo-nos felizes quando vemos a destemida espontaneidade de nossa intrépida artista. Somos chamados a nos juntar a essa viagem de descoberta. Ela transmite uma busca divertida e desprendida que nos lembra nossa curiosidade natural, nosso impulso de abrir bem os olhos para o espanto e a maravilha da Natureza em nossa volta. Com sua obra sensível, Elizabeth nos encoraja a ejetar nossa complacência e sugere que não há lugar ou hora para pensamentos míopes. Cheguem perto, agarrem ‘Tudo’…esta magnífica maravilha.
Arlene Munro
B.A MFA The Slade – UCL