O “rio” Hamza é um curso d ́água subterrâneo descoberto na Bacia Amazônica Brasileira em 2011. O termo rio aparece entre aspas pois ele é, na verdade, um aquífero de 6.000 quilômetros de extensão que flui mansamente em direção ao oceano Atlântico. Em conjunto com o portentoso rio Amazonas, o invisível “rio” Hamza faz parte de uma ocorrência geológica extremamente rara: um sistema de rios gêmeos que se movem em dois níveis através da crosta terrestre.
Primeiramente, a artista retorna à uma pintura a óleo feita em 1998, exposta no altar da Capela do Morumbi, em São Paulo denominada Mantra. A tela de 3.20 x 5.40 metros retrata uma imponente cachoeira, vigorosa e pulsante, cuja força imagética atua como um “mantra” no interior do espaço sagrado.
Em setembro de 2017 foi feita uma interferência na floresta Amazônica onde a obra Mantra foi instalada entre dois Buritis (do tupi m ́buriti, “árvore da vida”). Esse trabalho, realizado vinte anos antes, foi então reintroduzido na própria natureza.
Em seguida, Mantra foi também instalada nas ruinas de um prédio histórico que sucumbiu à ação da natureza invasora na vila de Paricatuba, no coração da Amazônia, criando assim uma sobreposição de memórias. Seria como uma organização de fragmentos geológicos passíveis de serem desconstruídos e reconstruídos.
Rio Hamza pretende ser uma instalação que unirá múltiplas linhas narrativas diversas e se encontra em processo de elaboração.